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Sozinhas, não chegamos em lugar algum

Me chamo Alethéa, tenho 38 anos, sou designer de interiores, casada, tenho uma filha de 5 anos, moro em Belo Horizonte, Minas Gerais. Essa é minha história.

Vou contar resumidamente um pouco da minha história...


Quando minha filha nasceu, eu e meu marido conversamos sobre eu dar um tempo no serviço e me dedicar integralmente à nossa filha. Tínhamos receio em deixar ela em tempo integral na escola e não poder acompanhar e dar uma maior atenção. Meu sonho era ser mãe, portanto abri mão de tudo para me dedicar a minha filha, casa e família.

No início foi tudo muito difícil, éramos só eu, minha filha, meu marido e Deus. Não tínhamos nenhum familiar mais próximo para dar aquela mãozinha. Depois de 3 anos nessa rotina a conta chegou da forma que eu mais temia, tive depressão e Síndrome de Burnout (distúrbio psíquico de caráter depressivo). Fui procurar ajuda e comecei a me tratar, porém precisava fazer alguma atividade que fosse minha válvula de escape, tentei voltar para Jui Jitsu que era o esporte que eu praticava antes de engravidar, porem devido uma lesão que eu tive no quadril e que se agravou depois do parto, não foi possível dar continuidade aos treinos. Voltamos à estaca zero! Mas eu ainda precisava encontrar a minha válvula de escape.



Depois que nossa filha nasceu as viagens de motos juntos (eu de garupa) ficaram cada vez mais difíceis. Em uma das oportunidades fomos para o Sul de Minas para o 1º encontro dos MAHD 2018 (Mecânicos Amadores de Harley Davidson), do qual o meu marido participava. Lá eu vi pela primeira vez a Dani Sutil (Perigosa Baby), eu nem sabia quem era ela rsrs, eu não era ligada no mundo motociclista e redes sociais.

Aos poucos fui tendo mais curiosidade e fui sendo apresentada a este mundo através do meu marido, fui conhecendo muitas pessoas pela internet mesmo, ele me falava das mulheres que pilotavam motos custom (nada contra aos outros estilos) e minha curiosidade só aumentava. Neste momento surgiu uma vontade de tirar habilitação de moto. Resolvi tirar a carteira escondida para fazer uma surpresa, pedi até dinheiro emprestado com minha amiga Cris para não levantar suspeitas rsrsr.


Durante o processo de tirar a carteira fizemos uma viagem para Sorocaba-SP no Lucky Friends RODEO Motorcycle em 2018. Lá eu reencontrei com a Dani Sutil e de quebra conheci uma mulherada linda de moto, aí

que empolguei de vez! Detalhe, meu exame 

estava marcado um dia depois do evento,

segunda-feira. Resumindo, tirei a carteira de primeira, e nesse momento começava a sentir que essa seria a minha válvula de escape.



Ganhei uma Intruder 125 do meu marido, assim começou uma nova fase na minha vida, foi difícil no começo, pois eu não tinha com quem andar naquele momento. Mas, mais uma vez as coisas mudaram, apareceu a Erika Cadar e me deu uma moral. Meu marido ficava com minha filha e eu saia com ela para ela me ensinar a andar na rua rsrsr.

Meu marido foi a peça fundamental para eu sair dessa “deprê”, ele me incentivou muito quando eu disse o que estava acontecendo comigo, me apoiou, me ensinou sobre motos, até trocar o óleo da minha motoca já estou trocando sozinha, ele fica com nossa filha para eu sair com minhas amigas que o mundo duas rodas me deu.



Hoje faço parte do The Litas (Nova Lima - MG). É um alívio, hoje, eu conseguir e poder contar minha história e estar tão feliz, não posso voltar ao Jiu Jitsu que ainda é minha paixão, mas achei o motociclismo que está me trazendo muita alegria, proporcionando bons ventos no rosto e a oportunidade de conhecer pessoas novas em todo Brasil.

Pilotando pelas estradinhas de Minas Gerais, com aquela sensação de liberdade, tenho orgulho de ter dado a volta por cima, superei muitos problemas, tudo sob duas rodas.  


Eu sou Alethéa, tenho orgulho de olhar pra trás e ver quantas pessoas importantes não me deixaram sozinhas. Hoje eu sou #elaspilotam

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