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Sobre superar desafios pessoais

Por Bianca Bartholomeu


Meu nome é Bianca Bartholomeu, tenho 28 anos e sou de São Paulo, Capital. Desde criança eu achava lindo ver aquelas motos na estrada, sempre gostei de todas, mas me chamavam mais a atenção as motos custom, em especial as Harleys. Apesar de me imaginar pilotando uma moto, nunca levei essa ideia para frente, pois minha família sempre achou perigoso, não era uma coisa muito bem vinda na época.

Com 26 anos me apaixonei pelo Fernando e descobri que ele era motociclista.

... fiquei mais apaixonada ainda.

Com ele, tive a oportunidade de, finalmente, andar de moto. Era uma Versys 1000, a Renata, maravilhosa. Mas ainda no início do nosso relacionamento, o Fernando sofreu um assalto na Rodovia Anhanguera, onde levaram tudo. Chegamos a recuperar a moto, mas não nos recuperamos do trauma.


Como os pais dele tem Harley começaram a nos dizer para trocar a moto, e eu gostei muito da ideia, rsrs. Foi então que compramos uma Street Glide, nossa Morcega.


Nessa época a vontade de pilotar ficou cada vez mais presente em mim, eu via pouquíssimas mulheres pilotando e pensava, por que não me permitir? Eu não posso passar por essa vida sem pilorar uma Harley.

Comecei a fazer as aulas de moto. Em Agosto de 2018 passei na prova. Essa foi a minha primeira conquista, eu estava super nervosa, mas consegui fazer tudo direitinho. E como estava indo atras de um sonho, queria que minha primeira moto fosse uma Harley-Davidson.


Em Janeiro de 2019, no mês do meu aniversário eu me presentiei com uma Iron 883 preta maravilhosa, a Black Bird.


Confesso que fiquei um mês inteiro com a moto só treinando. Ia para lugares abertos nos finais de semana e ficava fazendo percurso, dando voltinha, acostumando com o peso, estilo de pilotagem e etc.. Então com mais segurança comecei a pegar a estrada e me acostumar melhor com a moto. Porém eu sempre tinha medo e ficava tensa no começo, principalmente nas curvas.


Um dia, já mais segura na moto, estava em uma avenida inclinada e com trânsito, fui parar na curvinha e perdi o pé no desnível da rua, já sabem né? Chão!!! Eu percebi que ia cair e já pulei da moto, mas passei vergonha e fui de bumbum no asfalto. Tinha um caminhão do meu lado e o moço desceu para me ajudar, levantou a moto para mim, agradeci imensamente, subi nela e sumi! Esse incidente me deixou um pouco chateada, mas segui em frente, afinal a Black Bird já havia tombado para o lado outras vezes, quem sabe dessa foi só um desmaiou de cansaço (rsrsrs).


Então fiz um curso de pilotagem em baixa velocidade. Depois de uns meses, estávamos rodando e fui entrar em um desses restaurantes de estrada, com uma curvinha fechada. Mais uma vez... Chão!!


Dessa vez meu sentimento, além de tristeza e chateação, foi de incapacidade/impotência.

putz, deixei a moto tombar de novo

Tinha muita gente em pé bem na entrada, inclusíve vários motociclistas, que ficaram olhando para mim, nenhum deles sequer se mexeu para ajudar. Como eu estava com Fernando, ele parou a moto dele e veio na minha direção para ajudar. Levantou e estacionou a moto para mim. Mas sabe aquele sentimento que te põe para baixo,

eu comecei a chorar por baixo do capacete, me senti de verdade muito mal e me desmotivou de uma forma que eu queria até vender a moto e parar de pilotar

O Fernando me convenceu a ter paciência comigo mesma e não desistir de uma coisa que eu queria muito, porque na vida a gente cai, mas tem que aprender a levantar também. Ele sempre me incentivou muito, me ajudou no processo de me conhecer como motociclista, e quando você tem alguém para te apoiar é bem menos difícil. Ainda assim, passei alguns meses enrolando pra voltar a tirar a moto da garagem. Ia na garupa dele ou dava uma voltinhas perto de casa.

Estava ainda muito insegura com a moto. Até que em uma viagem que fizemos com a Isaurélia (a Ultra Limited que o Fernando tinha na época) pelo Sul do Brazil até o Uruguai, na Colonia del Sacramento. Eu estava na garupa e eu senti toda aquela vontade de pilotar novamente. O tempo todo falava para mim mesma,

poxa vida Bianca, você poderia estar pilotando nessa estrada, olha isso que delícia, e eu queria pilotar a Ultra ali.

Sabe que ele até me ofereceu, mas eu não quis: 600kg (moto+bagagem+nós) era muito peso. Porém meu coração e meus olhinhos brilharam de vontade.

Quando voltamos dessa viagem...

retomei meus passeios com a Black Bird, sempre afirmando para mim mesma que eu era capaz, que eu já havia feito diversas vezes aquele percurso, que se deixasse a moto tombar de novo não tinha problema, e com isso eu comecei a sair cada vez mais e, no processo, fui adquirindo cada vez com mais confiança. Fiquei um ano e meio com a moto, até que decidi pegar uma moto maior, mais confortável para viagens mais longas. Eu e o Fernando estávamos ambos com Sportsters.


Uma moto nova


Meses se passaram. Eu estava apaixonada pelo modelo H-D Heritage. E foi então que surgiu uma oportunidade. Uma moto em Presidente Prudente. Marcamos com o dono da moto em Piraju e fomos ver a belezinha. Sou bem detalhista: fiz uma boa inspeção na moto e adorei. Mesmo ela estando imunda na ocasião, e com um detalhesinho na pintura, foi amor a primeira vista. Fechei o negócio e já voltamos com ela. Ainda no começo estava com receio. Veio nossa primeira parada, ele foi pilotando, depois peguei. Eu que até então pilotava a Sportster, achei bem diferente a pilotagem em uma softail. Amei. Mas na segunda parada, pedi pro Fernando terminar a viagem, porque não queria chegar no bairro e depois em casa e ter de manobrar. Eu estava com medo do peso, e ela estava sem os protetors de motor e de alforge. Não queria arriscar.


Foi um processo, coloquei os protetores e ai sim peguei a moto com "tranquilidade".

Se faz com que me sinta mais segura, por que não?

O Fernando gostou tanto da moto que adivinhem??... Um mês depois ele achou uma exatamente da mesma cor e trocou a moto dele também, ficamos com gemêas.


Enfim, hoje estou com a Blue Bird (Heritage). Adoro ela, acho mais fácil de pilotar do que a Iron 883, principalmente em baixa velocidade e sinceramente me sinto super segura pilotando. Já são mais de 2 anos, e posso dizer que encontrei o prazer real da pilotagem, aquele que você vai para estrada e esquece da vida, não fica mais tensa durante todo o percurso da estrada; aquele em que você esquece os problemas e é só sentir paz, onde você se encontra com conforto e realização.


Penso que assim como eu, muitas mulheres também estão passando ou passaram por obstáculos, sejam físicos ou psicológicos, dizendo que por mais que você tenha vontade de fazer algo para você, você não é capaz.


Tenha certeza, VOCÊ É MUITO CAPAZ!!! Nunca desistam de realizar algo para si mesmas, pois por mais difícil que pareça e/ou seja, quando você chega no lugar que você falou para si que queria estar, não há felicidade e gratidão que descrevam o sentimento de falar: - Eu consegui!!

Então é isso! Fica aqui a minha história resumida, o meu processo de aprendizagem, aceitação e perseverança para realizar esse meu sonho e provar para mim mesma que eu sou muito capaz e com certeza não passei pela vida sem pilotar uma Harley .


Espero do fundo do coração que você que está lendo isso não desista, e assim como eu, encontre prazer e realização na pilotagem!


Um grande beijo!!

Bianca Bartholomeu




Oi. Pra conhecer mais sobre a Bianca confere

o Instagram dela no @biacabartholomeu

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