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NOTA SOBRE UMA MULHER DO FIM DO MUNDO


Ontem, dia 20 de janeiro de 2022, perdemos a nossa Mulher do Fim do Mundo, mas esse texto não vai ser sobre isso, nós queremos relembrar todos os momentos em que Elza Soares nos mostrou sua vida e sua força.


Cantora de samba, carioca e, principalmente, uma mulher negra cheia de exemplos para essa e todas as próximas gerações.


Dona de uma voz marcante, fez várias turnês ao redor do mundo e foi premiada como "Melhor Cantora do Milênio" pela BBC em Londres. Em 2002, o álbum "Do Cóccix Até O Pescoço" foi indicado ao Grammy.


Vinda de uma infância pobre e sofrida, casou-se com 12 anos e aos 13 teve seu primeiro filho. Vítima de violência doméstica, da fome, da desigualdade, do luto materno, do racismo e do preconceito em relação sua aparência magra e abatida, Elza Soares, que não se calava as ofensas, mostrou ao mundo a força de uma mulher que não ia se render ao medo do sofrimento.


"Eu não uso o pescoço para enterrar no peito não, uso o pescoço para ser erguido. E a cabeça também. Como mulher negra, tenho que botar o peito para frente". Foi sua icônica reflexão em entrevista para GZH, em 2017.

Sua trajetória, apesar de doída, também é uma história de vitória: dia após dia, luta após luta, com certeza devemos muito à ela, que nasceu numa época onde mulheres tinham quase nenhuma voz, onde ser artista era pejorativo e ser dona de si era um absurdo. Nós caminhamos por trilhas construídas por mulheres assim.


Não podíamos deixar de expressar nosso agradecimento por tanto.


Obrigada por tudo, Elza Soares!



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