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Conheça "Rosie"

por Bruna Dias

Quando falamos em força da mulher, em feminismo, em empoderamento, a primeira imagem que nos vem à memória é esta aqui ao lado.


Ela, claramente, mostra tudo isso que citamos acima, ainda fazendo uma relação visual com as pin ups, com esse lencinho vermelho com detalhes de poá, na cabeça. A frase 'We can do it' também não deixa dúvidas e amarra todas essas informações.


Mas, quando foi que tudo isso começou?


Os registros históricos apontam que essa imagem nasceu nos Estados Unidos, como um cartaz criado pelo artista J. Howard Miller, em 1943, período da Segunda Guerra Mundial. O cartaz fazia parte de uma série de propagandas da Westinghouse Eletric Corp., com o objetivo de estimular que as mulheres fossem para a linha de frente da produção industrial, uma vez que, com a guerra, muitos homens deixaram os trabalhos na fábrica para servirem ao exército. Outro motivo para o cartaz era conter greves e movimentos que parassem a produção.


'Rosie, the Riveter'


"Rosie, a Rebitadora" é o nome desta gravura que foi inspirada em uma mulher real. E é aqui que a história dessa personagem assume novas rotas.


Por anos acreditou-se que Rosie era Geraldine Doyle, fotografada aos 17 anos, época em que trabalhou como operária no American Broach & Machine Co. Os registros históricos de uma entrevista de Doyle ao 'Lansing State Journal' relatam que ela apenas se deu conta da repercussão desta imagem em 1984, quatro décadas depois. Doyle morreu em dezembro de 2010, aos 86 anos de idade, certa de que foi a inspiração por traz de uma marca histórica.


Mas em 2016, em um artigo intitulado "A identidade secreta de Rosie", publicado no periódico Rhetoric & Public Affairs, o pesquisador James J. Kimble revelou que a Rosie do cartaz era, na verdade, Naomi Parker Fraley. Em suas pesquisas, Kimble encontrou a foto original que deu origem à ilustração. Naomi fora fotografada aos 20 anos, enquanto trabalhava na oficina de máquinas da Naval Air Station, em Alamada, Califórnia.


O macacão azul era o uniforme dos trabalhadores da indústria, conhecidos como "colarinho azul", e a bandana comumente usada pelas mulheres para proteger o cabelo de enroscar nas máquinas.


"Rosie the Riveter" também é o nome de uma música popular dos anos 1940, e o nome de um quadro de Norman Rockwell, criado em 1943, onde a mulher segura uma grande ferramenta (figura abaixo).


Quadro de Normal Rockwell: note o nome "Rosie" na lancheira.

Por muitos anos a imagem ficou esquecida. Nos anos 1980, com a retomada da força do movimento feminista nos Estados Unidos, e a facilidade do licenciamento de produtos, a imagem do cartaz ganhou novas dimensões e assumiu as proporções que tem hoje.


Reconhecida no mundo todo, Rosie enfatiza a força da mulher e que seu lugar é onde ela quiser estar. A saudação 'We Can Do It' permeia todas as fases das quebras de paradigmas da força da mulher e, com certeza, sempre seguirá estampando este poder, por onde estiver.


Sim! Nós podemos! E juntas sempre seremos mais fortes!


Naomi Parker Fraley, a verdadeira Rosie do cartaz, morreu em Janeiro de 2018, aos 96 anos. Em uma entrevista para a revista People, em 2016, ela afirmou que não queria a fama, mas que ficou feliz por ter sua identidade reconhecida.


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